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Mergulhar em navios náufragos, o programa de cardiologistas de Brasília

Em Brasília, há um grupo de cardiologistas tão fanático por mergulho que a primeira coisa que separam para levar a um congresso médico é a roupa de neoprene, mesmo quando o evento é em São Paulo, que não tem mar. "É que o Congresso da SBC em São Paulo, por exemplo, foi a oportunidade de montar uma excursão para mergulhar na famosa Laje de Santos, que não fica longe", explica o arritmologista Joseval de Arruda Bezerra, líder informal do grupo de médicos mergulhadores.

Com 43 anos e fascinação por todos os esportes náuticos, da natação à vela, passando pelo windsurf e barcos a motor, Joseval acaba de mergulhar no naufrágio do Pirapama, um navio afundado por volta de 1880 mas que, apesar desse tempo todo, ainda tem a proa semi-intacta. Ele mergulhou também nos naufrágio do rebocador Lupus, ao largo de Recife, onde o cardiologista começou a desenvolver uma espécie de "hobby colateral", a fotografia subaquática, aproveitando como modelos os "moradores" do naufrágio.

Nos destroços vive uma família inteira de moréias, conta ele, um grupo grande de arraias e principalmente Luiza, uma simpática "tartaruga-de-pente" que faz questão de posar para os mergulhadores".

Como o mergulho não é um esporte barato, os cardiologistas preferem viajar em grupo, pois quando são mais de dez conseguem preços especiais nas passagens aéreas e não pesa tanto o aluguel do barco para chegar ao ponto onde vão mergulhar. É por isso que além dos cardiologistas clínicos, eletrofisiologistas e de um cirurgião, o grupo agregou um dentista e um geriatra, todos com treinamento e habilitação para mergulho autônomo, além de bom condicionamento físico conseguido com aeróbica e muita corrida.

Desde que bem preparado física e tecnicamente, não há o que temer no mergulho, explica Joseval que, em Bonaire, mergulhou com um biólogo norte-americano de 72 anos, acompanhado pela esposa de 64, nenhum dos quais pensa em parar. É claro que acidentes acontecem, explica, mas ao contrário do que pensa o leigo, o risco não é a fauna marinha, tanto que o maior perigo enfrentado pela equipe foi no cargueiro grego Cavo Artemides, quando um cirurgião-vascular que não levava a roupa de proteção completa se cortou na perna e subiu depressa, sem avisar os companheiros, porque sangue na água pode atrair predadores. Felizmente a história acabou bem, relembra o médico.

O mergulho é uma higiene mental, acredita Joseval, há calma absoluta no mundo silencioso enquanto o mergulhador desce até 40 metros, uma beleza incrível nos 20 minutos de fundo dependendo do condicionamento físico, que leva à redução do consumo de oxigênio e mais tranqüilidade e introjeção nos 10 minutos da subida necessariamente lenta, para a descompressão.

E lá no fundo há tanta coisa para ver, para conhecer e estudar, que cada dia há novidades. "Mergulhei no Lupus um ano após ser afundado pela Marinha para formar um recife artificial", conta Joseval, e três anos depois voltou a visitar o naufrágio, vendo como o coral e a vida marinha tomaram a embarcação nesse tempo. Em outros navios, o alvo de interesse é a estrutura do barco, o que se esfacelou, o que está enterrado no lodo do fundo e o que se conserva. Mas há também os peixes, centenas de espécies que o mergulhador vai aprendendo a identificar, o comportamento de cada uma, o que difere, e o leque se abre mais ainda à medida em que se mergulha em outras águas.

"Já mergulhei na costa brasileira em Recife, Fernando de Noronha, Fortaleza, João Pessoa, Salvador, Arraial do Cabo, Búzios, Santos e, no exterior, em Cancun, Cozumel, Aruba, Bonaire, Cuba, na República Dominicana e no Mediterrâneo em Ibiza", conta o médico, e agora se prepara para mergulhar na Nova Zelândia e Austrália, quando for visitar a filha que está por lá. Essa preparação é um outro hobby, procurar a literatura sobre os outros mares, as espécies de peixes e de corais, pesquisar os registros de naufrágio, planejar expedições, uma curtição que não fica muito atrás do mergulho propriamente dito.

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